sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Droga contra câncer combate efeitos do Alzheimer em camundongos


'Bexaroteno' reduziu os níveis de substância típica no avanço da doença.
Remédio é aprovado nos EUA apenas contra certos tipos de tumores.

Do G1, em São Paulo
Droga usada para o combate de tumores foi aplicada com sucesso para reduzir os efeitos do Alzheimer em camundongos nos Estados Unidos. O grupo responsável pela pesquisa usou um composto conhecido como bexaroteno para livrar o cérebro dos roedores de depósitos de proteína que provocam a doença.
O estudo é tema da edição desta semana da revista "Science" e foi desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Medicina Case Western, na cidade norte-americana de Cleveland, em Ohio.
Fragmentos de proteína conhecidos como beta-amiloides são peças-chave no desenvolvimento do Alzheimer, mas em pessoas saudáveis, esses pedaços são destruídos por uma enzima chamada ApoE.
A equipe coordenada pela cientista Paige Cramer sabia que o bexaroteno é capaz de estimular a ativação da enzima. O grupo resolveu apostar na possibilidade do remédio conseguir aumentar os níveis de ApoE e reduzir os níveis de beta-amiloide.
Os camundongos utilizados na pesquisa eram propensos a desenvolver a doença. Apenas seis horas após a aplicação da droga, os cientistas notaram uma diminuição de 25% nos níveis de amiloide-beta no cérebro das cobaias. No final do experimento, o grupo obteve até 75% de queda nos níveis dos fragmentos de proteína.
À esquerda, o córtex cerebral de camundongos medicados durante três dias com bexaroteno. À direita, roedores que receberam a droga por duas semanas. Os pontos azuis marcam a presença de fragmentos de proteína que provocam o Alzheimer. (Foto: Copyright Science / AAAS)À esquerda, o córtex cerebral de camundongos medicados durante três dias com bexaroteno. À direita, roedores que receberam a droga por duas semanas. Os pontos azuis marcam a presença de fragmentos de proteína que provocam o Alzheimer. (Foto: Copyright Science / AAAS)
Os animais também apresentaram melhoras cognitivas, na interação social e no olfato. Os pesquisadores destacaram a capacidade que os roedores apresentaram em formar "ninhos" com o material disponível no laboratório, característica que era sufocada pelo desenvolvimento da doença.
Somente nos Estados Unidos, 5,4 milhões de pessoas sofrem com o Alzheimer. Elas poderiam ser beneficiadas caso a droga receba uma nova aprovação da autoridade sanitária norte-americana para combate à doença neurodegenerativa.
tópicos:
veja também

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial